Liderança

Bem-vindo ao País das Maravilhas

A lógica do absurdo e o colapso da autoridade

Em Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, as leis da física e da lógica simplesmente não funcionam. O tempo enlouquece, o tamanho dos corpos varia, e a autoridade é representada por uma rainha histérica que manda cortar cabeças sem critério algum. Todos correm, mas ninguém sabe exatamente por quê. Parece familiar?

  • A lógica do absurdo reina quando as decisões políticas e comerciais ignoram evidências e afetam milhares com base em agendas invisíveis.
  • O colapso da autoridade se manifesta quando instituições antes respeitadas são desacreditadas e quem grita mais alto parece dominar o jogo.
  • E a imaginação como único caminho de aprendizado passa a ser vital: só aqueles que pensam fora do modelo tradicional conseguem reinventar suas estratégias.

“É tarde! É tarde!” avisa o coelho branco do mercado

No meio disso tudo, líderes e organizações correm feito o Coelho Branco, aflitos, obcecados com prazos e oportunidades que escorrem pelas mãos. Clientes evaporam, contratos são revistos, investimentos recuam. Enquanto isso, escuta-se por todo lado: “É tarde, é tarde!”

Mas tarde para quê? Para quem? Essa corrida frenética, alimentada por medo, incerteza e competitividade, só acelera o colapso. Lideranças mergulham em agendas reativas, enquanto perdem a chance de enxergar o cenário maior, de redesenhar suas perguntas e reorientar suas bússolas.

E então, aparece o Gato

Eis que surge ele: sorrindo, enigmático, flutuando entre o visível e o invisível, o Gato de Cheshire. Ele não resolve nada. Mas também não finge saber o que ninguém sabe. Ele aponta, com ironia e charme, o absurdo à nossa volta.

“Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.”

O Gato representa o arquétipo do Trickster, o trapaceiro sagrado, o que desorganiza para reorganizar. Ele provoca, confunde e questiona, mas também abre brechas criativas. É uma presença que perturba, mas nos obriga a ver o que estava escondido sob o véu do “normal”.

O Trickster nas organizações: caos criativo e liderança emocional

Nas empresas, o Trickster pode se manifestar de muitas formas:

  • Na crise que desmonta um planejamento engessado e convida à reinvenção.
  • Na figura que ousa dizer o que todos evitam.
  • No erro fértil que revela uma oportunidade invisível.
  • No riso que desarma um clima tóxico e abre espaço para escuta real.

O Trickster nos tira do eixo para que possamos criar outro. Mas atenção: essa energia só é transformadora quando existe espaço seguro para o improviso, o desconforto e a reconstrução. Caso contrário, ela se torna apenas destrutiva.

Como a inteligência emocional pode ajudar

Precisamos transformar o “país das maravilhas” do mercado atual num território de aprendizado real. E fazemos isso despertando, com método e sensibilidade, esse espírito trickster de forma consciente, segura e emocionalmente inteligente. Para isso, precisamos criar espaços de escuta profunda e presença real, desenvolver a segurança psicológica para que ideias ousadas possam emergir e capacitar líderes para lidar com paradoxos e sustentar decisões corajosas.

E fazemos tudo isso com o que chamamos de inteligência emocional aplicada à realidade, porque conexão, neste mundo fragmentado, não é mais luxo: é urgência.

Para isso na Conexão IE criamos a abordagem Dialógika:

  • Se tudo parece sem sentido, talvez seja hora de olhar além da lógica.
  • Se os mapas falham, talvez seja hora de ouvir o gato.
  • Se o mundo está mudando, talvez você precise mudar também, mas com presença, clareza e coragem.

Vamos juntos?